da série Tudo aquilo que sempre quis saber e ninguém teve pachorra para lhe explicar : um ensaio (quase) etológico.
Desenganem-se. Aquilo a que uma fêmea aspira verdadeiramente não é um macho que saiba discutir com ela o Zodíaco, mas antes aquele macho-alfa que a obriga em segredo a ir ao dicionário. Isso sim, dá pica.
1/28/07
1/25/07
Síndrome do Cólon Irritável
Prometo que não volto a comer alheira de mirandela com batatas fritas e ovo estrelado às onze da noite
Prometo que não volto a comer alheira de mirandela com batatas fritas e ovo estrelado às onze da noite
Prometo-prometo-prometo que não volto a comer alheira de mirandela com batatas fritaseovo-ai-ai-ai-ai-ai-ai-ai-ai-ai-ai-aiai-ai-ai-ai-ai-ai...-Mmmunf!...ai-ai-ai-ai-ai-ai-ai...àh!
1/23/07
Acho que tenho um problema
... que envolve queijo fresco e doses consideráveis de requeijão de Seia. Às vezes com uma cobertura de doce de abóbora e nozes picadas.
Tudo começou com uma simpatia platónica pelo rapaz da charcutaria. A maioria dos que lá iam procuravam a singela farinheira ou a morcela de arroz, e sabiam distinguir entre aquela da Beira e a do Alentejo. Eu não. Naquele dia entrava no estabelecimento à procura de bolacha torrada e um pacotinho de açúcar, apenas e só. Foi quando ele me disse lá do fundo do balcão: "Então e um queijinho, não vai?". "Er..." -balbuciei. "Olhe que este é daqui!"- insistiu o rapaz puxando o lóbulo da orelha. E eu que sempre tive uma simpatia particular pela orelha de um bom moço anuí, roborizada: "Bom, se é daí...então eu levo".
O tempo passava, e rapidamente sucumbi ao consumo diário de queijo. Em pouco tempo ele apresentou-me todas as variedades de flamengo e emental, o Feta para temperar a rúcula, aqueles mais sofisticados para consumir disfarçadamente em festas privadas com os amigos e, como quem se mete no queijo acaba inevitavelmente derretido, não tardaria a cair nos amanteigados regionais, agora já sem qualquer possibilidade de redenção. É. Foram os quatro dias mais longos da minha vida.
Vendo-me tão dependente e, acima de tudo, bom... tão gorda, o rapaz deu-me o seu golpe de misericórdia, e num dia já depois do horário de expediente, alumiados apenas pelas montras de refrigeração temperadas pelo cheiro a presunto espanhol, ele disse-me: "Miúda, tu toma-te conta. Fica-te pelo queijo fresco e pelo requeijão, que isto é material que não faz mal a ninguém". Famous last words, imediatamente antes de fugir para o sul de frança com uma manequim anoréctica, já muito janada em Roquefort.
Destroçada e de queijo na mão, engoli o desgosto inteiro, sem sal nem pimenta, nem nada. Mas como dizia o tal Pavlov, uma vez retirado o estímulo persiste o comportamento condicionado. Já não me lembro do nome do rapaz e a única recordação que mantenho do seu lóbulo orelhal é uma camada absolutamente absurda de pêlos, cujo alvoroço passional daquele momento não me permitira ver, mas a queijice, essa continuava.
Hoje percebo que não há como voltar atrás, que tenho de me virar para a compota ou para a marmelada, mas o caminho para o recovery é tortuoso e difícil. Um dia de cada vez. E portanto, decidi começar pelas sessões de grupo. Hoje vai ser o meu primeiro dia.
- Er... Boa noite, o meu nome é Joana, e bom...
- Mmmmmmmmm...Oláaaaaaaaa Joaaaaaaaaana (coro!)
-... Olá-olá...bom, eu sou viciada em queijo. Pronto, está dito.
- Sim Joana...hehehe...pois. Sabes que nós, viciados em sexo, por vezes escamoteamos o nosso problema com humor, mas na realidade não há problema algum em...
- COMO?!..Não. Devo-me ter enganado na sala concerteza, então até loguinho sim?
- Joana-Joana, nós sabemos bem que ninguém aqui se enganou na sala, não é grupo?...
- Mmmmmmmmmm... Siiiiiiiiiiiiim Joaaaaaaaaaaaaaana (Coro!)
- ... Há coisas difíceis de admitir eu sei. Mas experimenta desta vez ficar só a assistir. Aceitas um cafézinho e uns canapés de queijo serpa?...Vá.
- Er... (DWOP!!!) uns dez minutinhos então.
Tudo começou com uma simpatia platónica pelo rapaz da charcutaria. A maioria dos que lá iam procuravam a singela farinheira ou a morcela de arroz, e sabiam distinguir entre aquela da Beira e a do Alentejo. Eu não. Naquele dia entrava no estabelecimento à procura de bolacha torrada e um pacotinho de açúcar, apenas e só. Foi quando ele me disse lá do fundo do balcão: "Então e um queijinho, não vai?". "Er..." -balbuciei. "Olhe que este é daqui!"- insistiu o rapaz puxando o lóbulo da orelha. E eu que sempre tive uma simpatia particular pela orelha de um bom moço anuí, roborizada: "Bom, se é daí...então eu levo".
O tempo passava, e rapidamente sucumbi ao consumo diário de queijo. Em pouco tempo ele apresentou-me todas as variedades de flamengo e emental, o Feta para temperar a rúcula, aqueles mais sofisticados para consumir disfarçadamente em festas privadas com os amigos e, como quem se mete no queijo acaba inevitavelmente derretido, não tardaria a cair nos amanteigados regionais, agora já sem qualquer possibilidade de redenção. É. Foram os quatro dias mais longos da minha vida.
Vendo-me tão dependente e, acima de tudo, bom... tão gorda, o rapaz deu-me o seu golpe de misericórdia, e num dia já depois do horário de expediente, alumiados apenas pelas montras de refrigeração temperadas pelo cheiro a presunto espanhol, ele disse-me: "Miúda, tu toma-te conta. Fica-te pelo queijo fresco e pelo requeijão, que isto é material que não faz mal a ninguém". Famous last words, imediatamente antes de fugir para o sul de frança com uma manequim anoréctica, já muito janada em Roquefort.
Destroçada e de queijo na mão, engoli o desgosto inteiro, sem sal nem pimenta, nem nada. Mas como dizia o tal Pavlov, uma vez retirado o estímulo persiste o comportamento condicionado. Já não me lembro do nome do rapaz e a única recordação que mantenho do seu lóbulo orelhal é uma camada absolutamente absurda de pêlos, cujo alvoroço passional daquele momento não me permitira ver, mas a queijice, essa continuava.
Hoje percebo que não há como voltar atrás, que tenho de me virar para a compota ou para a marmelada, mas o caminho para o recovery é tortuoso e difícil. Um dia de cada vez. E portanto, decidi começar pelas sessões de grupo. Hoje vai ser o meu primeiro dia.
- Er... Boa noite, o meu nome é Joana, e bom...
- Mmmmmmmmm...Oláaaaaaaaa Joaaaaaaaaana (coro!)
-... Olá-olá...bom, eu sou viciada em queijo. Pronto, está dito.
- Sim Joana...hehehe...pois. Sabes que nós, viciados em sexo, por vezes escamoteamos o nosso problema com humor, mas na realidade não há problema algum em...
- COMO?!..Não. Devo-me ter enganado na sala concerteza, então até loguinho sim?
- Joana-Joana, nós sabemos bem que ninguém aqui se enganou na sala, não é grupo?...
- Mmmmmmmmmm... Siiiiiiiiiiiiim Joaaaaaaaaaaaaaana (Coro!)
- ... Há coisas difíceis de admitir eu sei. Mas experimenta desta vez ficar só a assistir. Aceitas um cafézinho e uns canapés de queijo serpa?...Vá.
- Er... (DWOP!!!) uns dez minutinhos então.
1/21/07
I'm late... I'm late!!!
Entrar na contagem decrescente para a defesa do nosso trabalho de fim de curso é uma coisa gira por acaso. É giro, cansa e nunca gastei tanto dinheiro em papel. O chão do meu quarto amontoa uma amálgama de fichas de leitura, post-its, cópias e livros originais onde pulsam bruxas e lobos maus, heróis míticos e papões, o DSM-IV e estudos de Damásio. Escritos com poucos meses de existência parecem agora velhos, de tão manipulados que foram. Sabe bem, mas ardem-me os olhos do cansaço... e a mão direita, porque acabei de me queimar no aquecedor. Mas o frio e o cansaço não é nada que não se consiga tolerar com 2 ou três mantas, um belo balde de café e os meus cuvettes* enfiados num alguidar com água quente. Difícil mesmo é conseguir escrever envolta em tanta tralha.
(...) Por momentos poderia jurar que acabei de ver um coelho branco saltar que nem um fuso do livro do Carroll queixando-se de um atraso qualquer. Um ar um bocado emproado aquele coelho, por acaso.
(...) Por momentos poderia jurar que acabei de ver um coelho branco saltar que nem um fuso do livro do Carroll queixando-se de um atraso qualquer. Um ar um bocado emproado aquele coelho, por acaso.
*cuvettes- vulgarmente conhecidos pelos seres vivos de sangue quente como pés.
1/14/07
Parece mentira...
- Como ele tá grande, vejam bem... Já dois anos, o magano. Parece que ainda ontem andava aí a mandar as primeiras postas de pescada. Ai, como eles crescem...
1/3/07
Decisões de ano Novo (auto-Memo)
- Não voltar a tomar decisões de ano novo. Que seja a última vez.
- Acabaram-se as contribuições para a associação dos sem-abrigo. A julgar pelo 'presente' que um deles deixou à porta no dia 25, devem andar a comer lindamente. (Há bolos-rei mais pequenos...)
- Dar mais assistência às avós e passar mais tempo em casa. Ou então simplesmente sentir-me mais culpada e sair na mesma, também dá.
- Socorrer-me de tudo o que foi descoberto até à data para abusar dos tempos de intervalo na empresa. Usar da criatividade e mobilizar o espírito de equipa na descoberta de novas: explorar o conceito de impacto e amortecimento de quedas no enquadramento de um primeiro andar e chão em calçada portuguesa.
- Comprar o piano da Yamaha de 130 euros. Nota: não esquecer de negociar as prestações.
Verificar se a professora de piano da primeira classe ainda está viva. Se sim, deixar uma subscrição com morada na IURDE mais próxima. Procurar o professor de piano mais giro que o amor pela arte pode comprar.
- Não ceder à pressão de trocar de telemóvel, comprar carro/mota nem de sair de casa. Estás tesa como em 2006, ainda que o horóscopo do Paulo Cardoso diga o contrário.
- Ler mais, ler muito! Ler de tudo o que não tem a ver com psicologia. Finalmente depois de acabado o curso vais poder recuperar anos de leitura, enquanto desenhas bolinhas a vermelho nos classificados.
- Aumentar o consumo diário de café. Parece que faz mal ao coração mas combate a celulite.
- Comprar uma cigarreira, que já vai em boa altura.
- Anular o cartão do ginásio. Sejamos realistas.
- ...e por último, arranjar uma agenda rápido. Esta história de usar o blog para lembretes é patético Joana.
- Acabaram-se as contribuições para a associação dos sem-abrigo. A julgar pelo 'presente' que um deles deixou à porta no dia 25, devem andar a comer lindamente. (Há bolos-rei mais pequenos...)
- Dar mais assistência às avós e passar mais tempo em casa. Ou então simplesmente sentir-me mais culpada e sair na mesma, também dá.
- Socorrer-me de tudo o que foi descoberto até à data para abusar dos tempos de intervalo na empresa. Usar da criatividade e mobilizar o espírito de equipa na descoberta de novas: explorar o conceito de impacto e amortecimento de quedas no enquadramento de um primeiro andar e chão em calçada portuguesa.
- Comprar o piano da Yamaha de 130 euros. Nota: não esquecer de negociar as prestações.
Verificar se a professora de piano da primeira classe ainda está viva. Se sim, deixar uma subscrição com morada na IURDE mais próxima. Procurar o professor de piano mais giro que o amor pela arte pode comprar.
- Não ceder à pressão de trocar de telemóvel, comprar carro/mota nem de sair de casa. Estás tesa como em 2006, ainda que o horóscopo do Paulo Cardoso diga o contrário.
- Ler mais, ler muito! Ler de tudo o que não tem a ver com psicologia. Finalmente depois de acabado o curso vais poder recuperar anos de leitura, enquanto desenhas bolinhas a vermelho nos classificados.
- Aumentar o consumo diário de café. Parece que faz mal ao coração mas combate a celulite.
- Comprar uma cigarreira, que já vai em boa altura.
- Anular o cartão do ginásio. Sejamos realistas.
- ...e por último, arranjar uma agenda rápido. Esta história de usar o blog para lembretes é patético Joana.
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