...porque não.
A vida nunca mais é a mesma. Logo ali algures entre os 7 e os 8 anos de idade ia-me perdendo para todo o sempre nas malhas deste mundo. Meti na cabeça que havia de ser freira e a loucura temporária levou-me a um esforço sobrehumano para tentar ser uma pessoa...melhor. Na época achava que ajudar a pôr a mesa no refeitório à hora de almoço enquanto os outros já se ensaiavam no bate pé era a melhor forma de mostrar a minha profunda vocação. Felizmente passou-me rápido. Mas por algum tempo os meus pais julgavam-me perdida e já diziam adeus a netos e à continuação da linhagem.
Entretanto conheci uma coisa nova e gira -os rapazes- e gostei. Achei que ser noiva de cristo nunca poderia chegar aos pés do meu primeiro beijo...que foi mais ou menos. No segundo beijo já estava completamente rendida e determinada a abdicar do chamamento do Senhor. Desde que fosse uma relação aberta e descomprometida podíamos sempre ir falando de vez em quando. Agora rezava apenas por um rapaz com uma altura acima do meu peito. Já então me parecia um pouco doentio estas dinâmicas quase maternais, além das incómodas dores no pescoço. Resolvi despachá-lo uma vez que me surpreendeu na casa de banho a lavar os dentes. Como estava curvada foi a única vez que me beijou ao mesmo nível e recordo com muita ternura aquele ósculo dentagard mas mesmo assim resolvi pôr um ponto final ali mesmo no lavatório. Tá bem, os enormes olhos verdes ainda me convenceram até à porta mas depois fui firme. Firme.
Mas porque é que falo dele? Porque foi de facto importante para me desviar do caminho da procura pela santidade e como tal guardo-lhe um carinho e uma gratidão imensas e, depois das últimas notícias que tive, até mesmo alguma compaixão. Consta que numa noite de muito alcool resolveu descer -qual bombeiro- um poste de uma bandeira cheio de ganchos e bom..como dizê-lo...não digo, tadinho. Fica só a homenagem. (Continência!)
Mas adiante, as marcas que ficam da doutrinação de um colégio católico são terríveis, não as da menina dos 7 olhos porque na minha altura já não se usava tortura medieval para controlar a indisciplina mas a nível psicológico a coisa é mais impactante ainda. É que aqueles pinguins matreiros conseguem mesmo fazer de nós pessoas...decentes...e rectas....e isso. Ainda hoje dou comigo a levantar-me se entra alguém mais velho na sala, a aguentar conversas de chacha até à exaustão nervosa por pura educação e, fora as vezes que acordo com uma bengalada por adormecer nos assentos prioritários, sou incapaz de não dar o lugar no autocarro a um idoso. Não fumo se ouver uma criança perto de mim e abro sempre a porta aos mais velhos. Digo ‘por favor’ em vez de ‘faxavôr’ e ‘obrigada’ em vez de ‘tasse’. E choco-me com certas coisas, não por esquisitise mas porque abala os meus alicerces mais vincados de pessoa.
Ainda este verão, deitadinha na paz dos anjinhos na relva junto à piscina, um grupo de adolescentes veio sentar-se na zona onde estava. Um deles mais tímido falava ao telefone com uma amiga com quem claramente mantinha um je ne sais quoi. O pobre era assediado pelo grupo o todo tempo com perguntas incómodas. Ele defendia-se como podia. Atirava-lhes bocadinhos de relva para os afastar. Mas nem isso os demoveu!!! Mal desligou o telefone foi assaltado por perguntas com um dialecto não reconhecido pelos meus ouvidos e pela minha alma incrédula... "Então e já lhe saltaste ao pi..." Era quando os phones saltavam abruptamente para os meus ouvidos e o meu cérebro mudava de posto para o som de cake. Os achaques hormonais não justificam a falta de polimento nem são suficientemente interessantes para se sobreporem à minha música. Nem com todo o interesse sociológico que possa ter estes agrupamentos de rufias. Os seres humanos andam de facto insuportáveis!! E às vezes sinto-me deslocada. Não éramos santos, mas para nós ousado era fazer um balão com três supergorila na boca sem morrer engasgado...ou conseguir fazer a Irmã L. rir-se das nossas anedotas e não bufar que nos tinha visto a fazer cábulas 5 minutos antes dos testes. Agora isto? Eramos educados foda-se.
Voltando. Para além desta fasquia, as expectativas dos outros são terríveis também. Recentemente em conversa com um rapaz ele dizia-me que imaginava as meninas de colégio com saínha ao xadrez, camisa branca, trancinhas e tabaco escondido nas meias. Ora a sinceridade que me assiste obrigou-me a desmitificar logo ali a coisa e dizer-lhe que na realidade não era bem assim. Não havia fardas desde o 25 de abril. Ninguém usava tranças a não ser alguns freaks e alguns de barba do metal. As raparigas podiam vestir tanto mini saias-cinto como saia comprida até aos pés, camisas nem no inverno e que não eram as malucas que se imagina porque os colégios já são quase todos mistos; portanto, a imagem da menina que quer levar açoites era apenas um mito difundido pela indústria pornográfica e "comprado" por homens muito impressionáveis, que veêm nesta imagem uma possibilidade exotica de canalizar a sua veia fetichista. Nunca mais o vi.
8/28/05
Acerca do conceito 'Mafalda' ...um post de fusão.
Não sei que blog hei-de ser quando crescer.
Não quero ser um blog poético nem político. Não quero ter a mania que sou irreverente mas também não quero ser igual a todos os outros. Quero ser eu.
Raios!! Acho que cheguei à bloguescência...
Não quero ser um blog poético nem político. Não quero ter a mania que sou irreverente mas também não quero ser igual a todos os outros. Quero ser eu.
Raios!! Acho que cheguei à bloguescência...
8/25/05
É pró menino e prá menina!!!
Hoje falo especialmente para as mulheres. Mas falo especialmente para os homens. O assunto que trago é delicado todavia emergente. Parece-me até, uma vez descodificado este mecanismo, estaremos um passo à frente na busca pelos segredos da comunicação entre homens e mulheres. Assim como uma espécie de composição do genoma humano mas transposto para o enlace entre os sexos. Adiante.
Meus senhores, senhoras, cavalheiros, meninas, pré-púberes, adolescentes insuportáveis e estudantes universitários de hormonas pululantes, vou-me deter durante algumas linhas com o fenómeno: chapada no rabo.
Este é um fenómeno universal e não há homem que não o manifeste. Faz parte do repertório. Suponho até que isto seja um dos itens d'A conversa que os pais têm com os filhos homens: "Filho, os pássaros fazem-no...as abelhas também.Bom, ele há-os de muita forma e feitio mas devo informar os portadores de testosterona que, fora as mulheres que acham a sua piada a levar um ‘tapinha’, a norma diz que a mulher não gosta deste comportamento masculino seja em que circunstância for. Aliás parece-me claro que o dito movimento serve mais a exuberância da masculinidade (à semelhança de pavão) do que propriamente a um contacto proveitoso e prazenteiro entre macho e fêmea. Entremos agora em contacto com as nossas emoções. (Não, isto não foi copiado de um livro de auto-ajuda americano).
O que é que a mulher sente quando de repente é surpreendida por trás, coitada, e vai parar ao outro lado do passeio com a chapada do companheiro? A primeira é: ’Hoje à noite palpita-me que vou estar com dores de cabeça’ e a Segunda é: ‘palpita-me que esta semana vou estar com dores de cabeça’.
Vamos à génese do problema. Tudo começa aquando do nascimento. Há coisa mais drástica e traumática que levar uma chapada no rabo de um caramelo que se acabou de conhecer?!...Então e o romance, e o carinho caraças?? É assim tudo a seco? E que ainda por cima o faz para provocar choro?! E nem vamos entrar no traço sado-masoque que isto pode deixar na personalidade.
Portanto, homens deste mundo. Atenção nisto: quando vier aquele instinto de abrir a mão por trás e acertar no rabiosque da mais-que-tudo com o brio de quem joga bowling...pensem duas vezes e a meio caminho suavizem o balanço, passem a mão leve e discretamente mas de modo firme pelas nádegas roliças da companheira. Qualquer mulher gosta de um atrevimentozinho privado no corredor de supermercado e que a surpreenda enquanto compara o preço das lixívias.
Ficámos entendidos? E agora com licença porque ultimamente não aguento muito tempo sentada...
Meus senhores, senhoras, cavalheiros, meninas, pré-púberes, adolescentes insuportáveis e estudantes universitários de hormonas pululantes, vou-me deter durante algumas linhas com o fenómeno: chapada no rabo.
Este é um fenómeno universal e não há homem que não o manifeste. Faz parte do repertório. Suponho até que isto seja um dos itens d'A conversa que os pais têm com os filhos homens: "Filho, os pássaros fazem-no...as abelhas também.Bom, ele há-os de muita forma e feitio mas devo informar os portadores de testosterona que, fora as mulheres que acham a sua piada a levar um ‘tapinha’, a norma diz que a mulher não gosta deste comportamento masculino seja em que circunstância for. Aliás parece-me claro que o dito movimento serve mais a exuberância da masculinidade (à semelhança de pavão) do que propriamente a um contacto proveitoso e prazenteiro entre macho e fêmea. Entremos agora em contacto com as nossas emoções. (Não, isto não foi copiado de um livro de auto-ajuda americano).
O que é que a mulher sente quando de repente é surpreendida por trás, coitada, e vai parar ao outro lado do passeio com a chapada do companheiro? A primeira é: ’Hoje à noite palpita-me que vou estar com dores de cabeça’ e a Segunda é: ‘palpita-me que esta semana vou estar com dores de cabeça’.
Vamos à génese do problema. Tudo começa aquando do nascimento. Há coisa mais drástica e traumática que levar uma chapada no rabo de um caramelo que se acabou de conhecer?!...Então e o romance, e o carinho caraças?? É assim tudo a seco? E que ainda por cima o faz para provocar choro?! E nem vamos entrar no traço sado-masoque que isto pode deixar na personalidade.
Portanto, homens deste mundo. Atenção nisto: quando vier aquele instinto de abrir a mão por trás e acertar no rabiosque da mais-que-tudo com o brio de quem joga bowling...pensem duas vezes e a meio caminho suavizem o balanço, passem a mão leve e discretamente mas de modo firme pelas nádegas roliças da companheira. Qualquer mulher gosta de um atrevimentozinho privado no corredor de supermercado e que a surpreenda enquanto compara o preço das lixívias.
Ficámos entendidos? E agora com licença porque ultimamente não aguento muito tempo sentada...
E ando eu há uma semana a rir-me desta...
- Ó MANHIIII...LÁ NA ESCOLA OS MENINOS DIZEM QU'EU SOU PITÓSGAAAAA!!!???
- Gasóleo...pode abastecer!!
- Gasóleo...pode abastecer!!
8/16/05
Ups.
Há já algum tempo que me debruço sobre esta minha predisposição para o alheamento. Trocando por miúdos: o ser despistada. É que ainda que alguns amigos mais porreiros me digam que isto até confere um certo charme, cá entre nós que ninguém nos lê... isto é chato, e assume contornos assustadores quando bate a paixão. Porque, por mecanismos ainda por descodificar, a coisa afecta o meu sentido cinestésico, isto é, a minha orientação espacial face aos objectos fica desregulada. É a chamada "fase em que ela começa a entornar coisas". E é chato. Porque ele é iogurtes, ele é águas, e o que viear a frente.
Claro que tudo faz mais sentido agora porque descobri recentemente que a minha mãe era perita em entornar gin tónico em cima do meu pai: filho de peixe também tende a entornar. Ora isto é preocupante se eu começar a pensar na minha prole. E se eu der com um igual a mim?!
Preocupada que estava com estas questões debrucei-me cautelosamente sobre elas, claro que nos entretantos consegui entornar mais um actimel mas finalmente o esforço deu frutos:
Depois de muita pesquisa consegui isolar o gene responsável pelo 'despiste': tranquei a minha mãe e as minhas avós na mesma divisão! Alguem que as estude agora. Fica aqui o meu legado à Ciência.
Claro que tudo faz mais sentido agora porque descobri recentemente que a minha mãe era perita em entornar gin tónico em cima do meu pai: filho de peixe também tende a entornar. Ora isto é preocupante se eu começar a pensar na minha prole. E se eu der com um igual a mim?!
Preocupada que estava com estas questões debrucei-me cautelosamente sobre elas, claro que nos entretantos consegui entornar mais um actimel mas finalmente o esforço deu frutos:
Depois de muita pesquisa consegui isolar o gene responsável pelo 'despiste': tranquei a minha mãe e as minhas avós na mesma divisão! Alguem que as estude agora. Fica aqui o meu legado à Ciência.
8/15/05
A melga algarvia ainda pica mais c'á minha
E julgava-me eu a salvo!...
Desconfio que a família da outra chupista execrável contactou a colónia no algarve para levar a cabo a sua vendetta.
Tenham pena. Tenham muita pena d'eu...que era vê-las e ouvi-las noite após noite a mergulhar sem dó nem piedade no meu pobre corpinho. O ataque a Pearl Harbour comparado com aquilo foi uma volta de carrossel. Elas eram muitas, e estavam organizadas.
Agora venham-me lá dizer que foi uma coincidência? Hun?!
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