11/29/05

Momento 'Gula' da semana...

Pai passa no corredor comendo um kinder délice

2 minutos depois:

Pai passa no corredor comendo um toffee Crispie. Exclama entre-dentes...

"- Pffff...tenho que tirar aquele gosto enjoativo da boca!"

11/24/05

"Rock às curvas num balcão de mármore"


Foto: o guitarrista famoso, baixista famoso e baterista famoso ensaiando em estúdio. Lá fora espera-os provavelmente o alicerce da banda: o motorista famoso. Sem ele não haveria Feromona. Ou pelo menos foi isso que ele me disse.

"Rock às Curvas num balcão de mármore"

...Não faz mal. Eu também não sei o que significa. Mas quando lá estivermos logo lhes perguntamos. Feromona. Substância química inodora mas captada pelas cavidades nasais e que é responsável pela atracção sexual. E ficamos já aqui porque não falo deste tipo de Feromona mas de uma outra, aquela que cativa inevitavelmente o ouvido. Os Feromona são uma banda recente mas com um album já gravado e que promete crescer, coerente com a tentativa actual de recuperar o rock em português. Mais do que estar simplesmente integrado nesse movimento Feromona traz um ambiente novo e próprio que resulta de uma fome e digestão consistente de várias referências musicais. As composições e o ar que se respira entre a guitarra, o baixo e bateria dão conta de influências de bandas como Pixies, The Cure, Mogwai, Fugazzi, Millionaire, Sebadoh e Nirvana intrusadas com cheiros a Jorge Palma e Ornatos Violeta. Mas isto é tudo redutor, porque eles não são uma colagem de coisas já existentes. São os Feromona e têm o seu espaço próprio para crescer musicalmente e para se distinguirem. Não sou ninguém para vos falar de música. Tenho apenas a legitimidade de aconselhar aquilo que me agrada e o princípio de que o que é bom nasceu para ser partilhado. E isto apetece partilhar.
Os Feromona vão tocar hoje Sexta-feira, 25 de novembro no Lisboa Bar às 23h00. Onde é? Eu explico...Junto ao Bairro Alto, na rua que liga o Teatro da Trindade ao Largo do Carmo. "Ah...mas eu ando sem provisão". Eu ajudo: são dois euros a entrada. "Ah e depois o carro, aquilo para estacionar é um caos". Eu sugiro: vão de metro, autocarro ou eléctrico. Se depois disto ainda houver questões, eu esclareço: vão perder um ganda concerto!!!
Eles vão ser grandes...eles vão ser imensos um dia. E então vocês poderão dizer a alguém: Eu estava lá nesse dia. Ainda eles eram ilustres desconhecidos do grande público...lembro-me como se fosse hoje, quando entre umas quantas cervejas o Diego, o André e o Bernardo me explicaram o conceito por trás da frase "Rock às curvas num balcão de mármore"...Raios!!!!!! O que eu dava hoje para me lembrar o que eles disseram.

http://queridaguitarra.blogspot.com/
http://myspace.com/feromona (ouve as músicas de feromona aqui!)


Brevemente: Feromona num concerto em formato acústico, com músicos convidados ainda a confirmar.
7 Janeiro no Sítio do Cefalópode, 23h30

Largo do Contador Mor, ao Castelo de S. Jorge (junto ao miradouro de Sta. Luzia), Lisboa.



Não perca o post já a seguir...

Pede-se perdão oficial!

Há falhas que são imperdoáveis. Há calinadas só equiparáveis a esquecer a mãezinha no discurso de agradecimento depois de ganhar um prémio, nem que seja o de empregado do mês numa loja de lavores. Há agradecimentos que não podem falhar. Porque não podem. Porque é grave. E com tanta gente para cometer destas argoladas pelo mundo fora havia de ser logo eu a meter a pata na poça, e até ao umbigo. É o que dá fazer posts com muito sono. Inevitavelmente algo iria correr mal.
No último post agradeci aos queridos, estimados, pacientes, benevolentes, piedosos leitores deste blog no entanto apercebi-me amargamente e, com direito a degustação em seco que não referenciei aqueles que, com o devido respeito por todos os outros, foram determinantes para o nascimento e crescimento deste espaço. Percebem agora? Compreendem agora a natureza desta minha argolada? Conseguem perceber a pertinência com que me chicoteio enquanto me dirijo a vocês??! Perdoem-me se puderem.
Não fosse o Sandro, esse querido amigo vítima de Insónias e Afins, nem nunca me tinha aventurado sequer na blogoesfera. Foi ele que me apresentou este mundo. Fico-te verdadeiramente agradecida por me teres dado os primeiros feedbacks aos meus rascunhos e sabe-se lá porquê gostares realmente deles. Se não fosses tu ninguém estava a levar comigo agora. Não sei se a humanidade te agradece, mas eu sim. E tu sabes disso. Sabes também -e se não tiveres consciência disso eu sublinho- como tem sido importante saber que tens torcido por mim, sobretudo lá pelo outro canto (desde o primeiro momento).Tenho também a agradecer (e muito) ao Bidé, que me tem acompanhado há tanto tempo também. Graças à sua larga experiência nestas lides o 'Mas Isto é o da Joana?!' cresceu. Se não fosse ele hoje este blog não tinha ainda Links. Já para não falar de toda uma experiência de vida bloguítica que me foi por ele transmitida com a sapiência, sensatez e dettachment característicos de quem já anda nisto há algum tempo.
Todos nós temos as nossas referências, pessoas que em determinadas alturas marcam o percurso de um ou outro projecto e que o enriquecem. Eles marcaram. E este meu pedido de desculpas não é simplesmente uma forma de me 'desculpar'. É que ainda possam pensar 'Epá...taaaaaaaaaaaaaaanta conversa da treta, tanto blábláblá...ganda seca...e a parte gira do post??' é a pura verdade: este post não tem parte gira. Ponto. Resumindo, este lapso em nada reflecte o verdadeiro lugar destas pessoas no meu reconhecimento. Vocês são efectivamente uma referência importante para este blog mas mais do que isso, para uma certa Joana cabeça-de-alho-xoxo, aquela que está para além da 'bloggopersonagem' ... ontem, hoje, amanhã e depois e depois e depois e depois e depois. Suponho e espero que isso esteja também muito para além de escrever um nome num post. Para mim está. Até porque eu sou aquela criatura que se esquece de contar consigo própria e com os amigos mais chegados para a mesa de aniversário. Deve ser aquele defeito humano de assumir as boas coisas da vida como adquiridas...não é por mal, a sério. Já vos disse que sou um bocado dispassarada???


Hummm...

memo 1: Tenho de escrever um post acerca disto.
memo 2: Tenho de ver no diccionário como é que escreve dispassarada.


11/10/05

Obrigada!!! Vocês são lindos.Sem vocês, o adsl e o curso empatado nada disto teria sido possível!!!!
















Eu queria agradecer à blogoesfera, apesar de ela não saber que eu existo. Queria dizer 'Mãe, pai...eu sabia que um dia alguém ia gostar de ler as minhas merdas, para além dos meus escritos nas portas do wc'......e fico-me por aqui, porque esta imagem do agradecimento oscarizado pateta já tá mais gasta que os pneus do meu carro.
Sabe bem demais saber que para a maioria de vocês, isto por aqui sabe a coisas doces, designadamente toucinho do céu. E porque acho ridículo agradecer só em ocasiões de aniversário àqueles que nos acompanham di-a-ri-a-men-te, um beijão enorme e obrigada pela companhia preciosa. Assim (sem nenhuma ordem em especial) um abraço enorme para o RDS, Winters, [o-o], Run away Man, Legível, Vodka e Valium, Bacardi aka spiritman, Joana, Lana, Papá Urso, Pyny, PN, Naldiro (nfr), W., Ugaju, Abstémio, Rukinha, O-Ren Ishii, voodoo-goodfellow, omeublogemaiorqueoteu, Ebola, Penumbra, Guitarrista, Bom selvagem. E a todos os outros 'personagens' que, não se identificando, sabem que eu sei que vocês andam por aí (eu preciso desesperadamente de acreditar que vocês existem!!!!), àqueles que aqui chegaram há pouco tempo mas têm voltado...enfim, vocês sabem. A época segue o seu curso e siga para castaaaaaaaaaaanhas...

11/8/05

Porque no fundo tudo é relativo. Se formos a ver a couve portuguesa também faz gases OU uma curta demonstração sobre métodos de (des)conversação

- ...ó pai, mas porque é que não hás-de aprender a trabalhar com o powerpoint?
- ...ai que chatice! Mas para quê?! Quando quiser uma apresentação em powerpoint pago a alguém para a fazer (rindo)
- Pois. Mas a questão não é essa. Consegues perceber quão ridículo é pagar a alguém para te fazer um powerpoint? Mesmo sendo eu quem recebe?... Aquilo é mais fácil até que trabalhar em word. Não faz sentido.
- ó filha, pois...mas para que é que eu hei-de perder tempo a fazê-las? Tu não estás a perceber. Eu sei, eu sei como se faz. Mas eu valorizo a caneta, a pena a deslizar sobre o papel (ar teatral) ver a tinta tomar forma...
- Pois. Não te apetece sequer aprender.
- Pois.

11/6/05

Comédia da vida privada II

Os meu progenitores são das criaturas mais fascinantes que haverá à face da terra. Coincidência do caraças terem casado logo um com o outro. Pfffff! Sejamos realistas...qual era a probabilidade?! E o prenúncio de que as suas vidas em conjunto seria uma comédia alternativa começou logo cedo, no entanto distraídos aos sinais da vida como é seu apanágio também este lhes passou ao lado ingenuamente: resolvendo quebrar as fronteiras das actividades típicas de fêmas e machos, abrindo portas à tolerência e descomplexualização entre os sexos, fizeram um acordo. A minha mãe levaria o meu pai a ver dança clássica e ela iria com ele a um jogo do Benfica. Pois. Os roncos de tenor do meu pai importunaram por demais os bailarinos e ficou claro que não fazia sentido levar a minha mãe aos jogos quando ela esforçando-se, muito interessada, perguntou: "Nininho (termo carinhoso apropriado a partir do romace entre Fernando Pessoa e sua Ophelia) ... quem é aquele senhor de calções pretos que corre tanto?". Há portanto áreas em que não vale a pena forçar a barra. Eles tentaram, e isso per se é muito bonito.
Passados quase 30 anos desta linda união eu dou graças a Deus por ser o meu pai quem resolveu investir na arte da culinária, assumindo que a haver um mais prendado que o outro a alternativa seria, bom...a minha mãe. Ela não sabe mas exceptuando umas certas favas, sopas, alguns bolos e assados é uma verdadeira nódoa na cozinha. Dias de canja cá em casa, por exemplo, são dias de luto. Quando estou doente ela estranha eu insistir tanto em comer chá e torradas. "Ah deixa lá mãe, nem tenho fome sequer". Na verdade, do mal o menos e suspiro até de alívio quando penso que a minha existência só foi programada na fase pós-latas de atum e sardinha em conserva. (ufa!) As coisas que lhe dão prazer real estão por norma localizadas entre um índice e uma bibliografia. Até um mero molhinho de fotocópias com pouco contraste lhe dá um outro brilho especial no olhar, aquele que surge nas mães e avós tradicionais quando enfiadas em aventais e em compota até às bochechas. É aí que entra o meu pai. Lá iremos mais à frente. A minha mãe é uma mulher das letras, apaixonada pela literatura, pelas ciências sociais e por Marte, a sua colónia balnear predilecta. Aliás se o problema da Nasa é o acesso já podiam ter ligado para Lisboa há muito tempo. Para ela os trabalhos domésticos são a actividade mais desinteressante que existe. E eu compreendo, para quê perder uma tarde a engomar cuecas quando se pode aproveitar essas 8 ou 9 horinhas a ler uma gramática inglesa e a fazer exercícios de treino ou de listening???!!!! É que assim que ela vê a página aberta no 1.1. já ninguém a agarra!
O meu pai por seu turno tornou-se uma fadinha-do-lar há medida que o tempo passou. E não obstante o avental ao qual tem vindo a ganhar um crescente afecto nota-se perfeitamente a sua veia de macho português apreciador de futebol quando me tira o prato da frente estando eu ainda a comer e me diz em tom de árbitro: " Acabou o tempo!...tenho de arrumar a cozinha." Já não é a primeira vez que vou atrás dele com um garfo. Já não é a primeira também que pondero a hipótese de no seu aniversário dar-lhe apenas um apito....e um postal.
Hoje por exemplo, está um dia lindo de outono. Céu aberto, sol e muito frio. Adoro estes dias. A minha mãe está a trabalhar no escritório. Grava pela enésima vez as músicas infantis inglesas que ensina aos seus alunos pequenitos. O meu pai está na cozinha. Estimativas em curso para hoje: um pudim flan, uma bavaroise de morango, gelatina de ananás e não vá o diabo tecê-las...um arrozinho de polvo.
"- Joana, podes parar de soprar tanto para cima do pudim. Isso não vai estar pronto para o jantar!"

11/3/05

O porquê das minhas meias encharcadas sobre este belo soalho...

Take 1: A noite do dia antes da manhã fatídica
Eu já devia ter juízo. Mas não. Nem mesmo com tanta carga horária resisto a umas noites de boa, excelente, companhia. Lá fomos. 3 horas de sono mas uma satisfação imensa pela noite anterior: snooker, ganhar o snooker (Ganhámos. somos grandes hein, parceiro?) ouvir um gramofone real pela primeira vez; conversa agradável por demais; linguiças que passaram por chouriços; ginjas que passaram por azeitonas; horas que passaram por minutos (e agora entra em cena um largo sorriso). Mau, mau é sempre o dia seguinte.

Take 2: ele há dias em que chove cumá-merda
O despertador tocando ressoava no meu cérebro acordes gritantes e desconexos "Isto SÓóóó pode ser um pesadelo!!!!!". Com um terço de cérebro em funcionamento mediano-assim-assim...muito mau, na realidade, saí de casa para cumprir a obrigação de me deslocar à medicina do trabalho. Quer dizer, não saí logo...primeiro tomei banho, pus desodorizante nas axilas (porque sovacos têm os homens), perfumei-me e quê. [porque é que eu fui tão gráfica agora. Porque é que este texto tem tantos parêntesis?]
Procurava eu o nº 1 da av. Miguel bombarda, de olhos postos no céu (porque sou pequenita) quando se-me-invade-se-me um frio tenebroso nos pés. Tinha enfiado ambos os pedúnculos numa valente poça de água, praticamente até ao umbigo. E até aqui tudo bem...espantada ando eu de nunca ter 'aterrado' a meio do rio Tejo a nadar de bruços, a caminho da Costa. (Aqueles que me seguem há mais tempo sabem desta minha tendência para ao alheamento)...mas nada de encontrar o número 1. No entanto, contra a chuva, o vento e o frio (conseguem visualizar-me cinéfilamente num enquadramento austero??...caminhando com o nariz quase colado ao chão para não levantar voo?)...lá encontrei as instalações.

Take 3: o frasquinho
Entrei na clínica levando comigo metade da água de Lisboa algures entre as calças de ganga, meias e ténis de camurça. Agora que penso nisso, já faz mais sentido aquela queda circense da senhora das limpezas no hall de entrada. Hummm...Só achei um bocado exagerado terem chamado o INEM.
Bom, no meio daquela confusão passaram-me um frasquinho para a mão. E ao fazer a entrega pensei: "qualquer pessoa que me arranque da cama tão cedo para urinar para dentro de uma cena de plástico (e sabe Deus que eu era uma nódoa nas setas pela falta de pontaria) merece...no mínimo!!!...passar pelo susto de receber um frasquinho mal atarrachado" (confessem lá que também já vos apeteceu fazer a maldade).

Take 4: o gabinete
Fora os suspiros valentes da médica, intercalados pela ávida degustação de bolachas de água e sal enquanto analisava o meu electrocardiograma, a coisa correu bem. Por momentos pensei "ai meu pai, é agora a hora da verdade...ela está a franzir o nariz, está a ver ali qualquer coisa naqueles risquinhos que parecem letra de médico. O que é que o caramelo escreveu sobre mim???...ou isso ou as bolachas já estão moles". Estava tudo bem felizmente, porque ela continuou a comer como se não houvesse amanhã. A médica pôs-me a andar e eu fui a andar. Já não chovia. E estando o meu cérebro agora cativo às linhas orientadoras de um novo post para vós -meus muy estimados e resistentes leitores- entrou uma banda sonora diferente interferindo no meu monólogo interno: um som seco e imediato. Era de facto o dejecto fecal de uma ave pombídea caindo, bela e amarela, sobre a gola da minha gabardine. Olhei para o céu no alto das minhas olheiras e pensei...o tempo tá de chuva. Isto hoje o dia promete...e sorri.



The End



(Entram os créditos. Smooth jazz de fundo)

Joana- As herself
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